terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Nobre vs Lopes: Distinção de candidaturas e acusações marcam debate.

Naquele que foi o primeiro debate televisivo entre candidatos às eleições presidenciais de 23 de janeiro, transmitido pela RTP1, o candidato presidencial Fermando Nobre sublinhou que tem única candidatura "livre e suprapartidária". Francisco Lopes falou de "dever" para com os portugueses.

O candidato presidencial Fernando Nobre afirmou hoje que a sua candidatura é a única "livre e suprapartidária" enquanto Francisco Lopes (PCP) disse candidatar-se por "um dever para com os portugueses" e pelos trabalhadores.
Naquele que foi o primeiro debate televisivo entre candidatos às eleições presidenciais de 23 de janeiro, transmitido pela RTP1, os dois adversários trocaram várias acusações: Nobre responsabilizou Francisco Lopes pela crise que o país atravessa, enquanto o candidato comunista recordou apoios antigos do presidente da AMI ao PSD e o acusou de "incoerência" em relação à aprovação do Orçamento do Estado para 2011.

"O Presidente da República exercerá quanto melhor as suas funções se for um Presidente independente, isento e livre. A minha candidatura é a única livre, suprapartidária, o que me permitirá ir para Belém de mãos livres", disse Nobre, sublinhando que a sua candidatura parte de uma "decisão unipessoal" e não porque "um comité central decidiu".
Francisco Lopes distinguiu a sua candidatura em relação à de Nobre pela "verdade, coerência e clareza" e afirmou que o apoio do PCP "dá mais um selo de garantia".
Recusando avançar para as eleições por decisão partidária, o candidato apoiado pelo PCP e Verdes afirmou que a sua candidatura é "um dever para com os trabalhadores, a juventude, o povo português, num momento muito difícil da nossa vida, em que é necessária uma mudança, romper com o ciclo em que têm exercido o poder sucessivos governos do PS, PSD e CDS".
O único ponto em que os dois candidatos concordaram disse respeito à recusa da necessidade de uma eventual alteração das leis laborais, com Francisco Lopes a rejeitar soluções "para facilitar desempregos ou para flexibilizar salários" e Fernando Nobre a defender a criação de um salário mínimo europeu.
Poderes presidenciais em cima da mesa
Sobre os poderes presidenciais e relações institucionais com os governos, o candidato comunista disse que, em caso de eleição, usará os poderes "para influenciar uma solução governativa que permita uma mudança de política, um rumo novo para o país, para criar mais riqueza e emprego e aproveitar os recursos nacionais", acrescentando que a demissão de um governo só ocorreria em "situações limite e quando isso contribuir para uma mudança de política".
Já Fernando Nobre garantiu que faria "tudo para não dar posse a governos minoritários" e, através do diálogo "tentar obter a maior coligação possível", a ser constituída "por todas as forças que entendessem pôr os interesses da nação acima dos seus interesses pessoais e dos calendários eleitorais".
Ao longo do debate, os candidatos procuraram demarcar os seus percursos pessoais.
Fernando Nobre enalteceu a sua experiência em cenários de guerra e catástrofe como presidente da AMI, recordando crianças a morrerem à fome ou a roubar comida das galinhas, ou corpos esmagados na sequência de sismos.
Francisco Lopes disse também ter assistido a muita pobreza e fome na sua infância, e recordou o seu passado de oposição ao regime fascista e "luta pela democracia".

O único ponto em que os dois candidatos concordaram disse respeito à recusa da necessidade de uma eventual alteração das leis laborais.

Lusa
21:59 Terça feira, 14 de Dezembro de 2010


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