quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Nobre ataca percurso político de Alegre, que critica novo fundo para desemprego

O candidato presidencial Manuel Alegre considerou hoje, quarta-feira, um "sinal errado" a intenção do Governo de criar um fundo para indemnizações do desemprego, num debate em que o independente Fernando Nobre o responsabilizou pelo estado do país.

Ao longo de cerca de 30 minutos, num debate na TVI, o candidato presidencial Fernando Nobre fez sistemáticos ataques ao percurso político de Manuel Alegre, acusando-o em várias situações de "falta de coerência" política e, em contrapartida, reivindicou para si o pilar da "cidadania" na corrida a Belém e a vontade de "derrubar muros", num país com fome, com pobreza e sem futuro para muitos jovens.

Fernando Nobre vincou mesmo que o candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda já está na política há 36 anos e que "está há décadas nos corredores do poder", depois de ter considerado "um insulto" a ideia de que foi "empurrado" pelo ex-Presidente da República Mário Soares para entrar na corrida presidencial.

Perante o discurso de ataque de Nobre, Manuel Alegre ripostou dizendo que "ninguém tem o monopólio da cidadania" frisou que não gosta de políticos que se apresentam a debate "com uma ideia de superioridade moral".

Manuel Alegre, que aproveitou para elogiar a prestação do candidato comunista Francisco Lopes no debate de terça-feira com Cavaco Silva, também na TVI, recusou a ideia de estar dependente dos partidos que o apoiam, o PS e o Bloco de Esquerda, e considerou "perigoso" o estilo de discurso de Fernando Nobre.

"Tenho muito orgulho em ser fundador do sistema democrático e também estou aqui pelo futuro. Ninguém é proprietário do futuro", disse, numa das respostas que deu ao médico, líder da AMI.

Depois de Fernando Nobre se ter recusado a responder em quem votará numa eventual segunda volta entre Cavaco Silva e Manuel Alegre, alegando que "ninguém é dono do voto dos eleitores", o candidato apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda voltou a demarcar-se das opções inerentes ao Orçamento do Estado para 2011, considerou a recente greve geral "um facto importante" e criticou a intenção do Governo de criar um fundo para indemnizações do desemprego.

Para Manuel Alegre, a criação deste fundo "trata-se de um sinal errado", porque o importante é gerar emprego.

"Resta saber onde se vai buscar a massa" para financiar esse fundo, acrescentou Manuel Alegre.

Já o candidato independente renovou as suas críticas ao Orçamento do Estado para 2011 e, numa indirecta ao seu adversário no debate, terminou a sua intervenção a defender que Portugal precisa na Presidência da República "de um homem não acomodado".
No único ataque que fez a Nobre, Alegre acusou o líder da AMI de ter colocado em causa a universalidade do Serviço Nacional de Saúde ao defender que "quem tem meios deverá pagar" os benefícios do sistema.

Jornal de Noticias(Online)
22 de Dezembro 2010

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