Candidato considera que o Presidente devia ter reunido com os partidos quando ainda podia exercer «pressão» sobre eles
O candidato presidencial Fernando Nobre afirmou este sábado que Cavaco Silva podia ter reunido com os partidos quando ainda se podiam realizar eleições.
«O actual Presidente da República deixou esgotar esse passo fatídico dos seis meses. Até aí ele tinha armas de pressão sobre os partidos para os fazer entender que era necessário um bom orçamento para o país», afirmou o candidato independente.
Nobre defendeu um Orçamento do Estado «que não penalize classes sociais que estão com a cabeça ligeiramente fora de água e que não fosse aumentar a pobreza, o desemprego e mergulhar o país numa recessão».
Ainda relativamente ao orçamento, o candidato deixou um alerta: «Se acabarmos com os subsídios do Estado providência, isso quer dizer que rapidamente teremos 40% de pobres, e esse não é o futuro.»
Fernando Nobre falava aos jornalistas à saída de uma acção de pré-campanha no Mercado de Benfica, em Lisboa, onde cumprimentou comerciantes e compradores e ouviu queixas e algumas promessas de votos.
O candidato afirmou que «as pessoas se queixaram de que a vida de ano para ano está pior e que há menos poder de compra». Aos jornalistas afirmou que traz «uma mensagem de mudança radical».
«O nosso país tem de ter um outro rumo. Ou mudamos ou afundamo-nos. O nosso país está a afundar-se mercê de políticas erradas das últimas décadas. É o momento de invertermos a marcha decadente», declarou.
O candidato deixou ainda um desabafo: «Estou cansado de ver Portugal citado pelos piores índices, nomeadamente de pobreza, de endividamento, do défice, e de ver que são outras autoridades que nos dão as orientações e as ordens para conduzir o nosso destino.»
«Quero introduzir mudança e acredito que, se o Presidente da República exercer efectivamente todos os poderes que lhe estão reservados na Constituição, ele tem uma palavra decisiva a dizer no sentido da mobilização geral de um povo, de uma galvanização de um povo e é por isso que estou aqui», argumentou.
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