O candidato à Presidência da República Fernando Nobre considera que Cavaco Silva e Manuel Alegre também "têm responsabilidades" em relação à situação a que o país chegou e "vão ter que as assumir".
Portugal "não chegou a esta situação por obra e graça do Espírito Santo", está neste "estado de coisas" porque "houve desgovernação", afirma Fernando Nobre, que falava à agência Lusa, hoje, ao final da manhã, em Coimbra, depois de ter visitado a empresa Critical Software, no âmbito da sua campanha pré-eleitoral.
"Se virmos bem", acrescenta, "nos últimos dez anos o nosso crescimento foi anémico e nos próximos dez provavelmente será nulo, embora já se fale de recessão". Por isso, sublinha, "há responsabilidades".
"O senhor Presidente da República tem responsabilidades e vai ter que as assumir, o ex-deputado Manuel Alegre tem responsabilidades e vai ter que as assumir", afirma Fernando Nobre.
As pessoas não podem pôr-se a "olhar para as nuvens e a assobiar para o lado" e a dizerem "umas banalidades que não interessam nada à situação do país nem ao povo português", por "meros cálculos pessoais, oportunistas ou de calendário eleitoral".
Todos os cidadãos têm responsabilidades, mas "há pessoas que tiveram um exercício efectivo de poderes executivos ou legislativos que têm muito mais responsabilidades porque -- repito -- não chegamos ao ponto em que estamos por um defeito genético lusitano ou por uma fatalismo lusitano".
Por isso, sublinha, "chegou o momento de apurar responsabilidades" e "eu quero ouvir as pessoas" a fazê-lo, desafia o candidato a Belém, considerando que "chegou o momento de termos um discurso de verdade e de frontalidade".
Fernando Nobre também o faz -- garante -- e admite que ele próprio "talvez devesse ter sido mais activo, mais interveniente".
Até "deveria ter-me levantado mais cedo para um combate cívico e de cidadania autênticas", admite, afirmando que não diz "isto agora" por uma questão de votos, mas porque "esta foi sempre a minha vida".
por Lusa
DN; 15/10/2010
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