sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Fernando Nobre: proposta do governo é "um violento murro no estômago da classe média"

O candidato à Presidência da República Fernando Nobre diz que o Orçamento do Estado para 2011 (OE2011), proposto pelo governo, é “um violento murro no estômago da classe média e, sobretudo, da classe média/baixa”.
O OE para 2011, “tal como é apresentado e pelo que se conhece”, vai “provocar mais desemprego, mais pobreza, mais miséria e mais exclusão" e "menos investimento, menos desenvolvimento e menos crescimento”, acrescenta o candidato presidencial, que falava à agência Lusa, hoje, ao final da manhã, em Coimbra.
Fernando Nobre considera que “é fundamental que o nosso país tenha um orçamento”, mas “não este, que tem de ser discutido e melhorado”.
O OE2011 “não pode atingir as classes já mais fragilizadas”, sob pena de, adverte, “o nosso país daqui a pouco, em vez de 18 por cento de pobres" passar a ter "40 por cento, ou mais”.
Para o candidato, o problema económico de Portugal tem de ser resolvido com o aumento das exportações, mas estas, como é sabido, “não dependem apenas de nós”. Por isso, sustenta, “tem de se cortar mais no despesismo do Estado, em todas as suas estruturas”.
“Andam aí imensos buracos no queijo, por onde muito dinheiro está a ser mal gasto ou é desviado em mordomias diversas e excessos que não se justificam”, denuncia.
Nas mordomias e excessos “tem que ser feito um corte radical e já”, sublinha o candidato presidencial, que falava à agência Lusa, depois de, ao final da manhã de hoje, ter visitado a empresa Critical Software, no âmbito da sua pré-campanha eleitoral, durante esta semana, no distrito de Coimbra.
Embora reconheça que Portugal precisa de ter OE, Fernando Nobre recorda que “este ano vivemos em duodécimos até maio e ninguém se queixou”.
Por isso, “entre um péssimo orçamento e um orçamento menos mau que leve mais tempo a ser discutido”, Fernando Nobre prefere “um orçamento menos mau”.
O candidato a Belém apela, assim, a que “todos – partidos, sindicatos e representantes da sociedade portuguesa – se sentem à mesa”, para “discutirem e fazerem um orçamento de unidade nacional”, sem nunca esquecerem que isso “implica convergência de pontos de vista e cedências”.
“Todos nós queremos um orçamento, mas não um orçamento que mergulhe o país na recessão e numa miséria mais profundas do que as que já tem”, apela Fernando Nobre.

Destak/Lusa
15/10/2010

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