sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Paredes Por Fernando Nobre; "Um Bom Ano 2011".

Paredes Por Fernando Nobre; "Um Bom Ano 2011".
Para quem não sabe o que o espera em 2011: eu também não, mas a principal forma de fazer com que seja melhor que 2010 é contribuir para que o País seja Melhor.

Fernando Nobre pede que 2011 seja «ano da mudança»

Fernando Nobre pede que 2011 seja «ano da mudança»

O candidato presidencial Fernando Nobre apelou hoje aos portugueses para que 2011 seja "o ano da mudança" para um "futuro mais digno", pedindo uma "participação forte" dos jovens e que "ninguém fique em casa" no dia das eleições.

"Vamos demonstrar - ao contrário do que muitos diziam, que estava tudo decidido – que somos nós que decidimos o nosso futuro", afirma Fernando Nobre, numa mensagem de ano novo, em vídeo.

Para o candidato presidencial, o futuro "está nas mãos" dos portugueses, "com os jovens, os menos jovens e as mulheres".

"Para termos um futuro mais digno do que aquele que nos têm prometido, é preciso uma mudança radical", a nível das "mentalidades, desígnios e projetos", defende.

Fernando Nobre pede ainda uma "melhoria do sistema político" e destaca a necessidade de uma "participação ativa, forte, empenhada, da nossa juventude".

Na sua mensagem, Fernando Nobre lança ainda o combate à abstenção.

"Apelo para que todos, muito em breve, utilizem esse direito e esse dever insubstituível que é o voto. Votem em consciência, mas votem. Dia 23 de janeiro ninguém pode ficar em casa", afirma.

Diário Digital / Lusa
sexta-feira, 31 de Dezembro de 2010

16:25

A Nobre Esquerda... (por blog 31 da Sarrafada)

Desde que Fernando Nobre se apresentou como candidato, há cerca de um ano, que venho a seguir os seus passos (sim uso o 4SQ) com bastante curiosidade. Acho, como qualquer pessoa decente, que Fernando Nobre é provavelmente das pessoas mais inatacáveis em Portugal e no mundo, ao contrário dos seus dois principais rivais, um que é Poeta e outro que foi o grande condutor da desgraça do país.


(Não me consigo esquecer que nos últimos 30 anos, por duas vezes a polícia foi instigada a carregar na população. Sempre a mando do mesmo primeiro-ministro)

Durante este ano que decorreu, assisti a um fenómeno interessante.

A candidatura que mais se sentiu afectada por Fernando Nobre e que mais o atacou, principalmente online, foi a do Francisco Lopes.

Confesso que não esperava tal coisa e não encontro muitas explicações, a não ser a de um certo receio de que o eleitorado comunista se identifique com a acção de Fernando Nobre, que teorias aparte, fez o que poucos se atreveram a fazer.

Arregaçou mangas, seguiu os seus ideais e realmente... mudou o mundo, mesmo que uma pequena parte deste. Nobre fez mais que a caridadezinha de que a maior parte dos comunistas, on-line, o acusam.

Nobre não se acomodou e ao longo da sua vida criou soluções em zonas pobres, remotas, fustigadas pela guerra ou muitas vezes ainda em guerra.

Fez mais do que só resolver problemas, ajudou a curar alguns males, criou escolas, ajudou a fazer crescer economias locais.

E a resposta dos comunistas foi, uma chuva de mentiras, de ataques despropositados e de tentativas de descredibilização, primeiro da pessoa, depois da própria AMI. E, sinto-me perfeitamente à vontade para falar disto, porque, não só partilho o mesmo cartão com os meus caríssimos camaradas, como tive um dia o privilégio de conhecer Fernando Nobre e fazer parte da pequena equipa que gravou a sua biografia, num documentário intitulado "Nunca é meia noite, dr Nobre".

Cheguei a ler no Facebook, que a composição do conselho de administração da AMI, composto em parte por familiares de Fernando Nobre, era um presságio, para os nomes que fariam parte da estrutura da Presidência caso fossem eleitos. Ridículo. Má fé. Falta de princípios democráticos.

E esta história de vida, que tantos acham que não dá "Curriculum Político" necessário a exercer um cargo de cidadania como o de Presidente da República, que tanto assusta os comunistas.

É que Fernando Nobre foi o único a AGIR numa área tão querida da esquerda portuguesa, a da Solidariedade entre os Povos. E é isso que tanto assusta os jovens comunistas, principalmente... os jovens comunistas...
É que, um dia, houve alguém que ousou fazer aquilo que estes jovens tanto defendem mas nunca tiveram coragem de o fazer.

(esta situação irrita-me bastante, porque não é neste tipo de "fazer politiquice" em que eu acredito. E vindo de onde vem.. custa)

Quinta-feira, 30 de Dezembro de 2010


(Blog)31 da Sarrafada

Precisamos de mudar de paradigma

"Precisamos de mudar de paradigma
Se um político não é um homem, será tudo menos um político. Um homem não pensa só com o cérebro, não é um mero profissional da retórica. Como se sabe a palavra é o veículo da mente.

É necessário que o político pense com todo o corpo, com as mãos quando auxilia um necessitado, com o coração quando sofre com os dramas, com os pulmões quando suplica bem alto pela ajuda, com o sangue quando ferve com as injustiças, com o tutano dos ossos quando corre para minimizar uma aflição, com os olhos quando percebe que todo o homem procura um horizonte de felicidade.

Pode ser que tenhamos candidatos de talento para a economia, para a palavra, mas isso não significa que não sejam estúpidos de sentimentos e imbecis de moralidade. A economia se não gera felicidade é uma maleita do egoísmo e a palavra mesmo bem elaborada num tom poético se não brota da humildade é um adorno que tanto ilustra um castelão como um índio.

Precisamos de mudar de paradigma e escolher para nosso Presidente quem faça da política um testemunho de vida do corpo, da alma, do coração, dos pulmões, do sangue (do nosso sangue), do tutano dos ossos.

Fernando Nobre é o único que nos garante, por experiência feita, que é o único que se situa num outro paradigma: coloca a política no mundo da vida.

Será que somos tão estúpidos que queremos continuar mais no mesmo?!... Esta é a minha opinião. Ninguém se ofenda!"

João Baptista Magalhães

Mestre em Filosofia da Ciência

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fernando Nobre envia mensagem aos pescadores

Fernando Nobre garante que se for eleito Presidente da República o mar não será apenas um tema de campanha, mas um prioridade nacional.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Defensor diz que 'é muito pesado para ser lebre' de Alegre

O ex-autarca de Viana negou que fosse a guarda avançada de Manuel Alegre, mas contou que após o debate com Cavaco recebeu telefonemas de felicitações do PS e até do PSD. Fernando Nobre criticou os ataques «insultuosos» que o adversário tem lançado.
No combate dos dois médicos, dois candidatos que nenhum partido apoia, mas sobre os quais há quem suspeite que servem os interesses de outros actores politicos, o debate foi dominado pela imagem que ambos deixaram em debates anteriores e pelo tema mais quente da pré-campanha: a ligação de Cavaco Silva ao caso BPN.   
O ex-autarca da câmara de Viana do Castelo começou por dizer que tem sentido «muito carinho e muita solidariedade» dos seus camaradas de partido. E essa solidariedade atingiu o auge após ter irritado Cavaco Silva, no frente-a-frente que teve com o PR, em que o acusou de falta de ética na ligação ao BPN.  

«Depois do debate recebi muitos telefonemas até de pessoas do PSD e também da esquerda, do PS, por ter dito a Cavaco Silva o ninguem tinha tido coragem de lhe dizer».   
Questionado se era uma 'lebre de Manuel Alegre', fazendo a campanha que o candidato oficial do PS não pode fazer, Defensor Moura negou, ironizando. «Sou muito pesado para lebre. Faço a minha corrida própria», afirmou, na resposta a Judite de Sousa.   
Sem momentos de grande tensão, o debate na RTP foi-se povoando de 'picardias', tendo como base a imagem que os candidatos tinham deixado em anteriores debates.   
Fernando Nobre acusou Defensor Moura de lançar ataques pessoais sem fundamento.   
«A sua independência não lhe dá autorizaçao para lançar ataques por vezes insultuosos», disse Nobre, pouco depois de se ter recusado a comentar as ligações de Cavaco Silva à administração do BPN. «Eu não faço ataques ad hominen neste debates», disse Nobre, remetendo para «a justiça» que «é livre para actuar» qualquer suspeita.   
Logo a abrir, o presidente da AMI, questionado sobre se Defensor Moura era parte do sistema «caduco» contra o qual se candidatava, lançou uma indirecta: «Devemos acabar com a maldicência, com acusações estéreis e falar pela positiva».   
Defensor Moura não se ficou. Disse que era importante que os candidatos não se «ficassem por sonhos» e «críticas ao de leve» sustentassem as suas propostas. Deixou no ar a ideia de que Nobre não sabia do que falava quando propunha a redução do Parlamento para 100 deputados (Defensor é actualmente deputado do PS): «Fala de Espanha, mas não conta que aí há parlamentos regionais».   
Fernando Nobre, em pouco tempo, passou a defender-se dos ataques de que diz tem sido vítima, por não ser político. «Eu não digo coisas no ar, digo coisas concretas. Quando faço propostas sou apelidado de demagogo, enquanto os outros, que são políticos profissionais, quando as fazem, são considerados estadistas».   
Nobre também lamentou estar a ser atacado pelos opositores e comentadores por invocar o seu currículo.   
«Eu não posso falar do meu passado nem do meu futuro. Parece que eu desci ao planeta terra aos 59 anos [a sua idade actual]». Nobre acha que «a classe politica não gosta de ver os cidadãos a intervir» e prometeu, se for eleito, «abrir Belém» aos cidadãos.   
Defensor Moura aproveitou para atacar. «Eu tive uma educação cristã», disse, valorizando o valor da solidariedade com os mais desprotegidos. Mas, ressalvou: «Agora dá-se com a mão direita e tem-se uma campaínha na mão esquerda a dizer que se dá».   
Prosseguindo o contra-ataque, proclamou que «a política é uma actividade nobre» e referiu uma entrevista em que o adversário terá contado que o pai considerava a politica «uma porcaria» contrapondo que o seu progenitor tinha sido mandatário de Humberto Delgado. E concluiu a tirada: «Não me vou gabar de ser mais solidário nem de ser patriota».   
Nobre não gostou, mas conteve-se. «Citou o meu querido pai.. numa coisa estou de acordo consigo, acredito que a gestão da coisa pública seja nobre».   
Falou-se do Orçamento do Estado, confirmando-se que o actual OE 2011 divide os candidatos. Nobre não o aprovaria, porque prejudica «os idosos» e os jovens. Defensor disse que «não havia outra saída», por isso aprovou-o como deputado do PS e, se estivesse em Belém, assinaria a sua promulgação.   Sobre o BPN, ambos concordam num ponto: o dossier tem de encerrar rapidamente. A ser preciso financiar o banco, os 500 milhões de que se fala terão de ser «a tranche final».   
Nobre disse-se convicto de seguir em frente depois de 23 de Janeiro, mas resistindo a considerar Cavaco Silva o seu adversário principal. «Estou aqui para chegar a segunda volta e para derrotar Cavaco na segunda volta», lá admitiu, mas ressalvando que o actual PR não é um adversário: «Não gosto dessa palavra, prefiro opositor».   
Já Defensor tem uma convicção ligeiramente diferente. Ele vai contribui para haver segunda volta, contra Cavaco. «O meu eleitorado será predominantemente de abstencionistas, de centro esquerda, os descontentes com Alegre, é nessa gente que estou a apostar». Sobre as sondagens o colocarem em último lugar, retorquiu: «As sondagens foram feitas antes de as pessoas me conhecerem».   
Como grande projecto político, o ex-presidente da câmara de Viana do Castelo insiste na regionalização, capaz até de poupar dinheiro ao Estado. «A regionalização não vai aumentar o número de funcionários públicos, vai é aproveitar funcionários sub-aproveitados», disse.   
Sobre a fonte da responsabilidade de uma possível intervenção do FMI - da qual Cavaco Silva se demarcou, atribuindo a culpa ao Governo, se vier a acontecer - Defensor Moura mostrou que está nos antípodas do PR.  
«A culpa deve ser assacada a todos. A quem não paga os impostos, a quem mete baixas fraudulentas», disse, concluindo que a culpa pela crise «não é uma culpa terminal, é acumulada há muitos anos».   
Já Fernando Nobre, citando o exemplo do que está a acontecer com a Irlanda, considerou que a vinda do FMI «seria uma tragédia para Portugal». Mas considerou que, com os poderes do PR, poderia fazer «pouco» perante um facto consumado.   
De seguida responsabilizou os governos e os deputados por virem a aprovar orçamentos que agravam a situação do país, que vive «acima das possibilidades». Defensor Moura ressalvou que «nem todos vivem acima das responsabilidades» e terminou dizendo que não há medidas económicas que debelem a crise se não se resolver os «cancros da corrupção e do clientelismo» e se abandonar o centralismo.   
O médico da AMI usou a sua declaração final (neste seu último debate televisivo) para apelar ao voto de forma directa. «Não tenham medo do sistema triturador, levantem-se e votem no dia 23 de Janeiro».  
O próximo debate, amanhã, é o penúltimo da série de dez. Colocará frente-a-frente Francisco Lopes e Defensor Moura.   

Jornal o Sol.
Texto por Manuel A. Magalhães
27 de Dezembro, 2010

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Nobre ataca percurso político de Alegre, que critica novo fundo para desemprego

O candidato presidencial Manuel Alegre considerou hoje, quarta-feira, um "sinal errado" a intenção do Governo de criar um fundo para indemnizações do desemprego, num debate em que o independente Fernando Nobre o responsabilizou pelo estado do país.

Ao longo de cerca de 30 minutos, num debate na TVI, o candidato presidencial Fernando Nobre fez sistemáticos ataques ao percurso político de Manuel Alegre, acusando-o em várias situações de "falta de coerência" política e, em contrapartida, reivindicou para si o pilar da "cidadania" na corrida a Belém e a vontade de "derrubar muros", num país com fome, com pobreza e sem futuro para muitos jovens.

Fernando Nobre vincou mesmo que o candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda já está na política há 36 anos e que "está há décadas nos corredores do poder", depois de ter considerado "um insulto" a ideia de que foi "empurrado" pelo ex-Presidente da República Mário Soares para entrar na corrida presidencial.

Perante o discurso de ataque de Nobre, Manuel Alegre ripostou dizendo que "ninguém tem o monopólio da cidadania" frisou que não gosta de políticos que se apresentam a debate "com uma ideia de superioridade moral".

Manuel Alegre, que aproveitou para elogiar a prestação do candidato comunista Francisco Lopes no debate de terça-feira com Cavaco Silva, também na TVI, recusou a ideia de estar dependente dos partidos que o apoiam, o PS e o Bloco de Esquerda, e considerou "perigoso" o estilo de discurso de Fernando Nobre.

"Tenho muito orgulho em ser fundador do sistema democrático e também estou aqui pelo futuro. Ninguém é proprietário do futuro", disse, numa das respostas que deu ao médico, líder da AMI.

Depois de Fernando Nobre se ter recusado a responder em quem votará numa eventual segunda volta entre Cavaco Silva e Manuel Alegre, alegando que "ninguém é dono do voto dos eleitores", o candidato apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda voltou a demarcar-se das opções inerentes ao Orçamento do Estado para 2011, considerou a recente greve geral "um facto importante" e criticou a intenção do Governo de criar um fundo para indemnizações do desemprego.

Para Manuel Alegre, a criação deste fundo "trata-se de um sinal errado", porque o importante é gerar emprego.

"Resta saber onde se vai buscar a massa" para financiar esse fundo, acrescentou Manuel Alegre.

Já o candidato independente renovou as suas críticas ao Orçamento do Estado para 2011 e, numa indirecta ao seu adversário no debate, terminou a sua intervenção a defender que Portugal precisa na Presidência da República "de um homem não acomodado".
No único ataque que fez a Nobre, Alegre acusou o líder da AMI de ter colocado em causa a universalidade do Serviço Nacional de Saúde ao defender que "quem tem meios deverá pagar" os benefícios do sistema.

Jornal de Noticias(Online)
22 de Dezembro 2010

O 'acomodado' e 'incoerente' Alegre contra o 'perigoso' 'anti-político' Nobre

No 'derby' da área socialista, Manuel Alegre e Fernando Nobre quase não tiveram tempo para falar de Cavaco. Sobre o apoio do PS do BE, Alegre virou o bico ao prego: «Se até consigo unir duas coisas que parecia impossível unir, significa que estou em condições de unir os portugueses». Nobre considerou «um insulto» a tese de que foi «empurrado» por Mário Soares.
Não perderam a calma, mas usaram todos os argumentos no debate que poderia definir a orientação de voto de muitos socialistas que não morrem de amores por Manuel Alegre. No ataque mais esperado, já recorrente, Alegre transformou o 'handicap' de ser apoiado pelo PS, no Governo, e pelo BE, na oposição, numa vantagem, caso chegue a Belém.
Dizendo que não estava «capturado» por nenhum dos partidos, Alegre, com bonomia, defendeu-se do «estereótipo» que lhe tinham colado: «Ser apoiado pelo PS e pelo BE até bom. Se até consigo unir duas coisas que parece impossível unir, isso significa que estou em condições de unir os portugueses». Acrescentou, que sempre foi independente, lembrando que tinha votado contra todas as revisões constitucionais, ao arrepio do seu partido.
Fernando Nobre não esperaria muito para lançar um ataque massivo ao adversário. Primeiro ainda assegurou que não queria ser em 2011 o que Alegre fora em 2006 - o candidato da cidadania, contra os partidos. «De maneira nenhhuma! O meu percurso é diferente. Não estou a invocar a cidadania por oportunismo. A cidadania é o meu pilar».
Depois atirou-se ao socialista.
Dizendo que tinha «dificuldade em compreender» Alegre, lembrou que este, nas últimas presidenciais, dizia que Francisco Louçã [então candidato a Belém] era «o Cavaco do avesso». Continuando a revista pelo passado, criticou-o por ter dito, como deputado socialista, em 2007, que «o PS estava a destruir o Estado Social» e continuou com uma afirmação recente de Alegre numa entrevista: «Disse este ano que era mais importante ter uma cátedra em Itália do que ser Presidente da República».
Mas não era tudo. «Não vejo coerência quando há cinco anos se candidatou contra o candidato do seu partido e até disse que só tinha tomado a decisão de avançar depois de saber que Soares era candidato».
Estava lançada a 'bomba Soares' e o debate aqueceu. A moderadora do debate na TVI, Constança Cunha e Sá, aproveitou para perguntar se Nobre tinha sido 'empurrado' por Mário Soares para correr agora contra Alegre.
Nobre que já tinha justificado a candidatura, lembrando o seu passado, para concluir: «Depois de tanto ter recebido, cheguei que tinha chegado a hora de me dar», ofendeu-se.
«Isso foi a primeira picareta que me atiraram», um «insulto», para quem esteve [em acção humanitária no teatro de guerra de] Beirute em 1982, para quem tinha estado «num genocídio» e era um espírito livre.
Alegre não deixou escapar a oportunidade para atacar o candidato que mais invoca o seu currículo profissional. «Não gosto de pessoas que se candidatam com pretensa superioridade moral sobre os outros». Acrescentou uma farpa 'anti-soarista', manifestando que Nobre o critique por ter sido candidato contra o PS: «Parece que é mais do PS [que não moveu a Alegre um processo disciplinar] que os dirigentes do PS». O poeta ainda acrescentou que, antes dele, em 2006, Mário Soares tinha duas vezes votado contra o seu partido.
Sobre a 'cátedra em Itália', justificou que tinha dito isso num contexto de uma entrevista literária, «como metáfora» e «provocação».
Alegre ainda falou em Francisco Lopes, felicitando-o pela prestação televisiva da noite anterior, frente a Cavaco, e Nobre deixou claro que não aconselhará o voto na segunda volta, se não passar (algo que porém não admite). «Não sou dono dos votos. De cem mil, quinhentos mil ou um milhão», lançou, numa indirecta a Alegre, que em 2006 ultrapassou o milhão de votos.
Na fase final do debate, esteve em causa o posicionamento face ao Governo e a responsabilidadede Alegre na crise e o pretenso populismo de Nobre.
Nobre menorizou a participação do adversário no golpe democrático («Houve muitos, para além de Alegre») para sublinhar a sua responsabilidade pela situação do país, a quem tinha estado «34 anos nos corredores do poder», como deputado. «Não há maior [sinal] de falencia [deste regime] do que a fome». Alegre «tem que assumir o passado. tem de sentir que se acomodou».
Embora admitindo que tem responsabilidades, como todos os políticos, Alegre contra-atacou ligando Nobre a uma postura populista, perigosa.
«Todos somos responsáveis. Mas o Dr. Fernando Nobre também entrou no sistema. Penso que nãoo está aqui para derrubar o sistema. E faz um discurso que tem os seus riscos. Houve erros [falou da fome] mas é preciso ter cuidado». Alegre continuou a demolir o 'discurso anti-políticos' com uma conclusão forte.
O combate à fome, ao desemprego, argumentou Alegre, faz-se «dentro da democracia». É «muito perigoso alimentar sentimentos anti-politicos e até antidemocracia». Um candidato «tem a responsablidade de ter muito cuidado nas afirmações». O discurso «do homem providencial. Sabemos como isso acaba», concluiu, numa alusão ao regime salazarista.
Nobre protestou - «Era o que faltava. Não sou demagogo nem populista» - e insistiu num discurso social e na sua legitimidade como candidato.
Questionado sobre a sua posição perante as medidas de austeridade, Alegre voltou a dizer que não tinha que fazer apelos à greve geral e disse «que os sindicalistas não têm dúvidas sobre a minha posição» - uma referência, cifrada, para os espectadores, ao facto de ontem ter sido divulgado um documento assinado por sindicalistas da CGTP e da UGT, de apoio a Alegre, em que este candidato se compromete a defender os direitos laborais e o Estado Social.
Na inevitável discussão do Orçamento do Estado, Alegre sacudiu o seu comprometimento com o documento, mas assumiu que preferia ter um OE ao colapso que o contrário implicaria.
Sobre o anúncio recente, entre as 50 medidas do Governo, para a competitividade, da criação de um fundo para despedir trabalhadores, cujo financiamento levanta suspeitas de que será parcialmente custeado pelos trabalhadores, Alegre teve uma curiosa expressão para se eximir a uma opinião definitiva: «Primeiro, é preciso saber de onde vem a massa».
Antes das declarações finais, Nobre ainda fez uma pequena provocação, citando Miguel Torga, um poeta que andou na boca de Alegre, na campanha de 2006, insistindo que o adversário era um politico acomodado.
Resposta: «Nunca fui uma pessoa acomodada. Estou preparado para dialogar com todos, com os parceiros sociais». Finalmente, Alegre atacaou Cavaco: «Os portugueses estão cansados de discursos sem chama. Uma nação não é só numeros. Precisa de um Presidente que garanta os direitos fundamentais».

Teatral, Nobre virou pediu para falar directamente aos portugueses. «Sou livre e independente», disse, mas «exigente». «Não estou para continuar percursos que nos conduziram a um beco». E pediu aos jovens que «não se acomodem e que ousem sonhar».
Estava terminado o 'derby da esquerda socialista'. Sem gritos mas com bastante combatividade verbal.


Jornal Sol
Por Manuel A. Magalhães
22 de Dezembro, 2010

Fernando Nobre privilegia "contacto directo com as pessoas" em campanha "digna e criativa"

Um comício no Porto no dia 9 de Janeiro marcará o arranque da campanha presidencial de Fernando Nobre, que privilegiará o “contacto directo com as pessoas na rua” e as capitais de distrito como “núcleo estratégico”.
 
De acordo com Artur Pereira, director de campanha do presidente da AMI, a corrida eleitoral de Fernando Nobre será “digna e criativa”, dimensionada em função de recursos que “não serão os mesmos que outros candidatos terão, apoiados por partidos políticos”.
 
“A nossa campanha vai privilegiar o contacto directo e a acção de rua (…) Arruadas, encontros, visitas a empresas e a bairros, distribuição de documentação nos locais habituais de movimentação das pessoas, inauguração de algumas sedes de candidaturas, almoços e jantares com apoiantes e voluntários”, disse.
 
Os comícios ficarão reservados para o arranque - no Cine Batalha do Porto, no dia 9 – e para o encerramento – em Lisboa, no dia 21 -, com possibilidade de ser realizado um terceiro em Coimbra, “provavelmente a meio da campanha”.
 
“Será uma campanha directa, de ligação às pessoas, de contacto directo com as pessoas na rua. Os momentos mais cénicos e de força reservamos para o a abertura, o encerramento e provavelmente para o meio da campanha”, explicou.
 
Fernando Nobre, que se deslocará pelo país numa “pequena caravana” e terá “apoio permanente nos distritos em que esteja”, privilegiará as capitais de distrito como “núcleo estratégico” de campanha.
 
“Temos apenas 13 dias de campanha oficial. Se considerarmos acções e eventos específicos, as solicitações dos media, não dará possibilidade para estar em todo o lado (…) Tentaremos ir ao maior número de locais, de forma o mais intensa possível, mas como é óbvio iremos privilegiar os distritos de maior dimensão eleitoral e populacional”, adiantou.
 
Previstas estão “duas ou três iniciativas por dia”, havendo a possibilidade de a campanha ser intensificada em função da “pela importância e dimensão eleitoral e populacional do distrito”.
 
“Vai haver distritos onde vai ser possível fazer três, quatro iniciativas por dia e outros onde o número de iniciativas vai ser menor, não só pela importância e dimensão eleitoral e populacional do distrito, mas também pelo tipo de estratégia que estamos a fazer, de privilegiar o contacto com as populações”, disse Artur Pereira.
 
O director de campanha de Fernando Nobre justificou ainda a escolha do Porto para arranque de campanha com a circunstância de este ser “um distrito importantíssimo” e uma região do país onde existe “um núcleo organizativo distrital forte” da candidatura.
 
Artur Pereira escusou-se ainda a adiantar valores para o orçamento de campanha, mas afirmou que será “seguramente metade do orçamento mais contido dos outros candidatos”.
 
As eleições presidenciais realizam-se a 23 de Janeiro. Até agora já entregaram as 7500 assinaturas necessárias à formalização da candidatura a Belém o actual Presidente da República, Cavaco Silva – que tem o apoio de PSD, CDS e MEP -, o candidato apoiado pelo PS e BE, Manuel Alegre, o candidato apoiado pelo PCP, Francisco Lopes, o presidente da AMI Fernando Nobre e o deputado do PS Defensor Moura, que concorrem sem apoio de partidos.
  • Presidenciais
  • 22.12.2010 - 17:06 Por Lusa
 

BE acusa Cavaco de ter dado "resposta habilidosa" ao dizer que nunca comprou ou vendeu nada do BPN

O BE acusou hoje o presidente da República de ser “habilidoso” ao afirmar que nunca comprou ou vendeu nada do Banco Português de Negócios (BPN), notando que Cavaco Silva possuiu acções da Sociedade Lusa de Negócios (SLN).

Na terça-feira à noite, depois de um debate televisivo para as eleições presidenciais, onde teve como adversário o candidato do PCP, Francisco Lopes, Cavaco Silva disse nunca ter tido “nada a ver com o caso BPN” e que esse é um caso “entregue à Justiça”.

“Nunca trabalhei no BPN, nunca comprei nem vendi nada do BPN, nunca recebi qualquer remuneração do BPN, é um caso de Justiça e o Presidente da República não deve interferir nos processos judiciais”, afirmou o chefe de Estado e candidato presidencial.

Em declarações à agência Lusa, o deputado do BE João Semedo referiu que estas declarações repetem “‘ipsis verbis’ o comunicado do presidente Cavaco Silva em Novembro de 2008” e são “uma resposta manhosa”.

“Nem Cavaco Silva, nem nenhum outro português comprou ou vendeu nada do BPN, todas as acções do BPN eram da SLN e 100 por cento do capital do BPN era da SLN”, notou.

O que o actual presidente e candidato “comprou e vendeu, e que ele próprio confirmou”, precisou João Semedo, “foi a única coisa que como investidor podia ter comprado e vendido, acções da SLN”.

“Em dois anos teve mais-valias na ordem dos 140 por cento, comprou as ações, ele e a sua filha, por um euro e vendeu-as por 2,4 euros”, referiu, acrescentando que Cavaco possuía “105.378 acções e obteve uma mais-valia de 147,5 mil euros”.

O deputado bloquista assinalou que, “não sendo uma sociedade cotada em bolsa”, na SLN era “o jogo da oferta e da procura que regula o preço”, que por sua vez era “regulado pela administração”.
“Você, investidor, compra-nos tanto, daqui a ‘xis’ tempo vende-nos e nós damos-lhe tanto de mais-valia”, exemplificou.

Semedo, deputado do BE na comissão de inquérito ao caso BPN, disse nunca ter visto o contrato de Cavaco Silva com o banco, considerando que seria “interessante saber se as acções compradas e posteriormente vendidas” pelo actual Presidente da República foram sujeitas ao direito de preferência dos restantes accionistas.

Acusando Cavaco Silva de ter dado uma “resposta habilidosa” no final do debate, o deputado do BE considerou contudo que já não há “motivo para mais nenhuma discussão parlamentar” sobre o caso.

“O que é importante sublinhar é que Cavaco Silva pretende enganar-nos com a verdade, é uma resposta manhosa, porque a verdade é que Cavaco Silva beneficiou deste sistema pouco transparente de compra e venda de acções”, concluiu.

22.12.2010 - 17:00 Por Lusa

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

«Não fui ouvido como devia», queixa-se Cavaco

O actual PR queria que o tivessem escutado com mais «humildade democrática». Diz que não aprovará despedimentos sem justa causa e que os salários baixos não são um bom modelo de desenvolvimento. Nobre queria sentaria «uma dúzia de economistas à mesa» para ajudar a resolver a crise Cavaco Silva garantiu que fez muito para que o Orçamento do Estado para 2011 fosse aprovado e que sem ele o país estaria pior. A saída da crise não passa por alterações à lei laboral ou baixos salários, disse, prometendo não aprovar despedimentos sem justa causa.
No seu primeiro debate televisivo, o actual PR atacou o adversário Fernando Nobre por não ter os conhecimentos necesários para estar em Belém. Este respondeu que é um patriota e que está disposto «a dar a vida» pelo País.
Numa altura em que o Governo propôs alterações ao mercado laboral, Cavaco Silva demarcou-se. «Não é pela via da alteração da legislação laboral que resolvemos os nossos problemas», disse na SIC, no frente-a-frente com Fernando Nobre.
O desemprego é um dos «flagelos» do país e o seu combate uma das prioridades para o país sair da crise.
«Os salários baixos são uma estratégia sem futuro», afirmou também. Garantiu que a proibição de despedimentos sem justa causa não está inscrita na Constituição que prometeu jurar. Por isso, não aprovará uma lei que os permita.
Sobre o Orçamento do Estado para 2011, que afirmou ainda não ter recebido em Belém, o PR disse que seria «o descalabro» se não tivesse havido acordo para a sua aprovação. Garantiu que tudo fez para o conseguir. Foram «semanas e semanas» de reuniões com os partidos e o Governo.
Nobre disse que este é um Orçamento mau e que a sua aprovação deixa Portugal pior, com mais desemprego e perspectivas de recessão.E poderá haver «uma explosão social» no próximo ano, como disse o cardeal patriarca, avisou.
O médico da AMI atacou os cinco anos de Cavaco em Belém. «Não evitou que o país esteja hoje pior», devia ter-se feito ouvir mais.
Cavaco admitiu que nem sempre foi escutado e deixou no ar a mágoa que isso tenha acontecido, não referindo especificamente o Governo. «Em algumas circustâncias não fui ouvido como devia». Porquê? «Faltou humildade democrática».
Mas foi escutado em momentos fundamentais, entendeu-se, quando falou da aprovação do orçamento de 2010, o orçamento anterior. «Fiz um apelo na mensagem de Ano Novo!».
Nobre contra-atacou. «Até Maio não houve Orçamento» porque «andámos entretidos em 2009 com três eleições». Se o PR tivesse feito coincidir os actos eleitorais o atraso não teria acontecido.
Ao longo do debate, Cavaco tentou definir os limites constitucionais e políticos da sua actuação, demarcando-se de co-responsabilidade na governação do país. «O Presidente não governa», sublinhou, para a seguir invocar o nome do anterior PR.
«Como escreveu o meu predecessor, Jorge Sampaio, o Presidente não é responsável ou co-responsável pela política do Governo». Mais à frente, sobre o Orçamento, demarcou-se mais uma vez -- «Pensa que gosto deste Orçamento?». A sua existência é porém fundamental, sublinharia várias vezes.
Ficou aliás entendido que nunca iria vetar um Orçamento. «Nunca houve um Presidente que devolvesse um Orçamento ou que impusesse condições», lembrou Cavaco.
Respondendo às críticas de pouco intervencionismo, disse que o Presidente tem de estar acima dos partidos e actuar na altura certa. «Aqui ou lá fora nunca me ouvirão comentar medidas polémicas do Governo ou do Parlamento».
Nobre acusou-o de não ter sido útil a Portugal. Como especialista em finanças «devia ter antecipado a tragédia que se abateu sobre nós». Para resolver a crise, Nobre disse o que faria: «sentaria uma dúzia de economistas à volta de uma mesa». Cavaco sorriu.
O Presidente defendeu-se da acusação de agir sempre tarde de mais. Para ser «moderador de conflitos, amortecedor de conflitos», afinal a parte mais importante da sua actuação, o PR «tem de estar acima dos partidos» e não pode «comentar» as propostas legislativas antes de chegarem a Belém, para que os partidos não lhe «atirem à cara» essa posição, tornando-se «arma de arremesso», explicou, numa 'lição' sobre o seu 'modus operandi', nos limites constitucionais.
Na troca de argumentos, Nobre apostou em mostrar que o PR devia ter sido mais interventivo. «Não se vai para Presidente como adorno ou vaso de flores». Embora o tom geral fosse cordato, Cavaco respondeu pondo em causa a competência de Nobre para o lugar. «É preciso saber o que é um Orçamento», que demora «meses a preparar».
No final, ao ouvir o médico da AMI dizer que a sua experiência em acções humanitárias no estrangeiro era um trunfo na diplamcia externa que competia a um PR, atirou: «As acções humanitárias no estrangeiro não têm nada a ver com a política externa».
Fernando Nobre disse que era um «patriota, disposto a dar a vida» pelo país, lembrando que o tinha feito quando esteve no terreno, na primeira guerra do Golfo.
Neste debate moderado por Clara de Sousa, a distribuição do tempo da declaração final foi alvo de confusão, como já aconteceu antes. A jornalista teve de falar por cima de Cavaco Silva e Fernando Nobre, que já com o genérico final a passar e sem som audível, pareciam, pelos gestos, continuar a discutir.
Jornal o Sol
17 de Dezembro, 2010
Manuel Agostinho Magalhães

Debate; Cavaco: "Acha que eu gosto deste Orçamento?"Nobre diz que o Presidente da República "não é um mero adorno”.

No seu primeiro debate televisivo, o actual Presidente da República recusou responsabilidades no actual estado do País que Fernando Nobre lhe quis imputar.
"O Presidente da República não é responsável, nem tão pouco co-responsável, pela política seguida pelo Governo", afirmou Cavaco Silva nos 30 minutos de debate que dividiu com Fernando Nobre, na SIC. Apresentando-se como "a válvula de segurança do sistema", Cavaco argumentou ter dado "um contributo de maior importância" para que o País não entrasse em "descalabro", sobretudo aquando da aprovação do Orçamento. Cavaco tentou, ainda assim, demarcar-se do documento: "Acha que eu gosto deste Orçamento?", perguntou. E mais à frente frisou: "Nunca disse que concordava com este orçamento" mas "a nossa cara estava muito perto da parede".
Já Fernando Nobre sublinhou que "estamos muito pior do que há cinco anos: o desemprego quase duplicou, a paz social está explosiva e o défice do estado está no ponto em que está," para acusar Cavaco Silva de ser responsável pelo actual estado do País por não ter travado o rumo que foi seguido. Nobre afirmou ainda que "tinha de haver um orçamento que não este" e, num apelo à mudança, citou o pensamento de Einstein de "que seguindo o mesmo raciocínio não é possível chegar a um resultado diferente". O Presidente da República "não é um mero adorno" e o actual caminho, avisou, "pode ferir de morte a nossa democracia".
Sobre a possível intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Nobre prometeu fazer "as resistências que puder" para evitar a receita posta em prática na Irlanda, enquanto Cavaco Silva disse "confiar que isso não vai acontecer" por esperar que "o Governo desenvolva uma acção que impeça" essa intervenção.

Diário Económico
Pedro Latoeiro
17/12/10 21:40

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Fernando Nobre entrega assinaturas no TC

Fernando Nobre formaliza candidatura a Belém em dia de aniversário

“Não vim apenas para participar, vim para mudar Portugal”. O candidato à presidência da República, Fernando Nobre, formalizou assim a participação na corrida a Belém, com a entrega das assinaturas no Tribunal Constitucional. Com dezenas de apoiantes a assinalar o seu 59º aniversário, o candidato aproveitou para criticar a diminuição do valor das indemnizações nos despedimentos colectivos.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Debate Fernando Nobre e Francisco Lopes

No primeiro debate televisivo das presidenciais, o médico da AMI perguntou ao comunista se já tinha visto «uma criança a tentar tirar pão do bico de uma galinha». Lopes já tinha visto e contra-atacou, tentando comprometer a independência e coerência do adversário. Um debate aguerrido, avaliado pelo director do SOL, José António Saraiva, o director-adjunto, José António Lima, o subdirector Mário Ramires e o coordenador de Política Manuel Agostinho Magalhães, numa escala de 0 a 20.

O primeiro de frente-a-frente televisivo das presidenciais foi um verdadeiro debate. Fernando Nobre e Francisco Lopes atacaram-se mutuamente, com vigor, e poucas vezes falaram de Cavaco Silva. Ambos invocaram o seu passado para apelar ao voto e Francisco Lopes tentou desde o início comprometer o adversário com o PS e o PSD. Nobre retorquiu com a sua independência: nunca alguém fora da política e que «não fosse um general» tinha tido coragem de correr para Belém, como ele faz agora.
A primeira discussão versou o ataque à pobreza. O presidente da AMI apresentou-se como alguém que sabe o que é a miséria, dizendo que Lopes era um «teórico» no assunto.
«Já viu uma criança correr atrás de uma galinha para tirar o pedacito de pão que levava na boca?», perguntou. Lopes disse que sim. «Eu conheço a pobreza e a imagem da galinha», garantiu, acrescentando que «ir descalço para a escola» era outra recordação da sua juventude.
Durante o debate, moderado por Judite de Sousa, na RTP1, foram vários os momentos em que Nobre lembrou a sua experiência em teatros de catástrofe e tentando passar a imagem do comunista como um «político de corredor».
«Não é qualquer um que esteve em Beirute em 1982. Eu pratiquei actos que valem mais que mil palavras», argumentou. Nobre esteve sempre ao ataque: «O Sr. Francisco Lopes sabe o que é alguém morrer nos seus braços? O que é ver um corpo esmagado num terramoto?». O médico haveria ainda de falar no seu bisturi para protestar, mais à frente que nada o comprometia com o actual estado de coisas.
O candidato do PCP tentou explorar contradições no discurso do adversário, citando uma entrevista ao SOL em que Fernando Nobre defendia que o Serviço Nacional de Saúde deixasse de ser universalmente gratuito e lembrando uma declaração sobre o actual Orçamento do Estado, que Nobre definia como «O Orçamento possível». Nobre tentou negar ambas.
As ligações a Mário Soares cujo «apoio procura», e anteriores apoios do médico a Durão Barroso e a António Capucho serviram ao comunista para retirar do campo da esquerda o adversário.
Neste despique que atravessou o debate, Nobre procurou colocar Lopes como um instrumento do PCP, sem vontade própria, escolhido «por um comité central». Lopes, acusou, «pertence a um sistema politico caduco e retórico» que colocou Portugal na actual situação.
Sobre os poderes presidenciais, Nobre garantiu que tudo faria para «não dar posse a um governo minoritário», enquanto Lopes deu a entender que não teria problemas em usar da bomba atómica da demissão do Governo para «provocar uma ruptura de política».
Em matéria de propostas, o médico da AMI foi mais concreto que o adversário. Defendeu um salário mínimo europeu e a criação de um segundo conselho de Estado, formado por jovens e a redução do Parlamento para 100 deputados.
Num debate truculento, até ao fim, Francisco Lopes insistiu em voltar a falar para compensar a diferença de tempos, que o desfavorecia. Judite de Sousa ainda tentou convencê-lo que já tinha tido oportunidade de fazer a sua declaração final. Mas acabaria por anuir. Nobre lamentou-se: «O sr. abriu e fechou este debate».
Quinta-feira segue o ciclo de frente-a-frente, novamente na RTP1: Defensor Moura e Manuel Alegre defrontam-se, no mesmo cenário de fundo negro e mesas metálicas.

Jornal Sol
Por Manuel A. Magalhães
14 de Dezembro, 2010

Fernando Nobre diz que é o orçamento possível.

O candidato à presidência da República, Fernando Nobre, considerou hoje que o Orçamento de Estado para 2011 «não é o que convém à população portuguesa» mas é «o orçamento possível».
Fernando Nobre disse esperar que em discussão na especialidade «possam ser introduzidas muitas melhorias, porque tão importante quanto responder à pressão externa, à questão do défice é não agravar a vida dos portugueses».
Acrescentou ainda que «toda a gente já reconheceu que este não é um bom orçamento, é um mau orçamento que vai penalizar a vida a milhões de portugueses».
Fernando Nobre falava aos jornalistas à margem de um concerto da pianista Sara Mendes a que assistiu no Cine-Teatro Brazão, em Valadares, Vila Nova de Gaia.

Lusa / SOL
31 de Outubro, 2010

Nobre vs Lopes: Distinção de candidaturas e acusações marcam debate.

Naquele que foi o primeiro debate televisivo entre candidatos às eleições presidenciais de 23 de janeiro, transmitido pela RTP1, o candidato presidencial Fermando Nobre sublinhou que tem única candidatura "livre e suprapartidária". Francisco Lopes falou de "dever" para com os portugueses.

O candidato presidencial Fernando Nobre afirmou hoje que a sua candidatura é a única "livre e suprapartidária" enquanto Francisco Lopes (PCP) disse candidatar-se por "um dever para com os portugueses" e pelos trabalhadores.
Naquele que foi o primeiro debate televisivo entre candidatos às eleições presidenciais de 23 de janeiro, transmitido pela RTP1, os dois adversários trocaram várias acusações: Nobre responsabilizou Francisco Lopes pela crise que o país atravessa, enquanto o candidato comunista recordou apoios antigos do presidente da AMI ao PSD e o acusou de "incoerência" em relação à aprovação do Orçamento do Estado para 2011.

"O Presidente da República exercerá quanto melhor as suas funções se for um Presidente independente, isento e livre. A minha candidatura é a única livre, suprapartidária, o que me permitirá ir para Belém de mãos livres", disse Nobre, sublinhando que a sua candidatura parte de uma "decisão unipessoal" e não porque "um comité central decidiu".
Francisco Lopes distinguiu a sua candidatura em relação à de Nobre pela "verdade, coerência e clareza" e afirmou que o apoio do PCP "dá mais um selo de garantia".
Recusando avançar para as eleições por decisão partidária, o candidato apoiado pelo PCP e Verdes afirmou que a sua candidatura é "um dever para com os trabalhadores, a juventude, o povo português, num momento muito difícil da nossa vida, em que é necessária uma mudança, romper com o ciclo em que têm exercido o poder sucessivos governos do PS, PSD e CDS".
O único ponto em que os dois candidatos concordaram disse respeito à recusa da necessidade de uma eventual alteração das leis laborais, com Francisco Lopes a rejeitar soluções "para facilitar desempregos ou para flexibilizar salários" e Fernando Nobre a defender a criação de um salário mínimo europeu.
Poderes presidenciais em cima da mesa
Sobre os poderes presidenciais e relações institucionais com os governos, o candidato comunista disse que, em caso de eleição, usará os poderes "para influenciar uma solução governativa que permita uma mudança de política, um rumo novo para o país, para criar mais riqueza e emprego e aproveitar os recursos nacionais", acrescentando que a demissão de um governo só ocorreria em "situações limite e quando isso contribuir para uma mudança de política".
Já Fernando Nobre garantiu que faria "tudo para não dar posse a governos minoritários" e, através do diálogo "tentar obter a maior coligação possível", a ser constituída "por todas as forças que entendessem pôr os interesses da nação acima dos seus interesses pessoais e dos calendários eleitorais".
Ao longo do debate, os candidatos procuraram demarcar os seus percursos pessoais.
Fernando Nobre enalteceu a sua experiência em cenários de guerra e catástrofe como presidente da AMI, recordando crianças a morrerem à fome ou a roubar comida das galinhas, ou corpos esmagados na sequência de sismos.
Francisco Lopes disse também ter assistido a muita pobreza e fome na sua infância, e recordou o seu passado de oposição ao regime fascista e "luta pela democracia".

O único ponto em que os dois candidatos concordaram disse respeito à recusa da necessidade de uma eventual alteração das leis laborais.

Lusa
21:59 Terça feira, 14 de Dezembro de 2010


Lopes e Nobre esgrimiram currículos.

Francisco Lopes e Fernando Nobre protagonizaram hoje, terça-feira, o primeiro de uma dezena de debates televisivos entre os canditado a Belém. Na RTP, os candidatos esgrimiram currículos e experiências de contactos com a realidade da pobreza. Nobre atacou a classe política e os partidos e Lopes criticou os compromissos do médico com os responsáveis pela situação do país.

"O senhor pertence a sistema preverso, caduco, ultrapassado e retórico", afirmou Fernando Nobre, ao exaltar a sua independência em reacção aos partidos políticos, que acusou de ser "os responsáveis pelo que se passa no país".
Francisco Lopes acusou o adversário de ter apoiado Durão Barroso, António Capucho e Mário Soares e "de não se comprometer com uma rejeição ao Orçamento de Estado" e de ter defender um Serviço Nacional de Saúde "tendencialmente pago".

Jornal de Noticias; Online
14 de Dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Núcleo do Vale do Sousa de apoio a Fernando Nobre organizou conferência

No passado dia 30 de Novembro, na sede de candidatura de Fernando Nobre, em Paredes, realizou-se a conferência “Solidariedade – Portugal será um país solidário?”, organizada pelo Núcleo do Vale do Sousa que apoia o candidato Fernando Nobre às eleições presidências. A acção contou com a participação dos docentes Paulo Morais e Ricardo Pereira e do Padre Jardim Moreira, presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza.

Num ambiente de tertúlia, o Núcleo do Vale do Sousa organizou uma conferência intitulada “Solidariedade – Portugal será um país solidário?”. José Henriques Soares, responsável do núcleo, deu as boas-vindas a todos e começou por fazer uma breve introdução sobre o candidato às presidênciais, Fernando Nobre, “um cidadão que resolveu em consciência dizer basta e contribuir para o desenvolvimento do país”, referiu José Henriques Soares. Numa forma de dar início à sessão sobre a Solidariedade, foi lido pelo responável do Núcleo do Vale do Sousa, um texto de Eça de Queirós, escrito em 1851, que retratava a história de Portugal em que “o povo vivia na miséria”. Paulo Morais, licenciado em matemática e docente na Universidade Lusófona, foi o primeiro convidado a intervir e começou por afirmar que o texto de Eça de Queirós poderia ser escrito nos dias de hoje, pois “temos o povo na miséria e um Estado que não cumpre as suas funções”, salientou. Paulo Morais abordou ainda alguns temas actuais, como o Orçamento para 2011 e as SCUT’s, e sobre o paradigma da solidariedade, exclamou que “hoje há um paradigma do coitadinho, pois o Estado com os aumentos põe as pessoas na desgraça, as pessoas vão às instituições pedir ajuda, que por sua vez começam a ajudar muita gente e ficam sem dinheiro e vão pedir dinheiro ao Estado e este pede mais dinheiro às pessoas. É um ciclo vicioso de onde não vamos sair”. Paulo Morais defende a ideia de que a solidariedade deveria ser tripartida entre as famílias dos utentes, instituições e Estado e salientou que “os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos e neste modelo só tende a piorar”.

Jornal Progresso de Paredes
10-12-2010

Juliana Ferreira

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Nobre a sorrir na foto de campanha?

Um homem superior desvanece-se na miserável política portuguesa como se as regras fossem outras
Se as eleições se disputassem com base no Facebook, Fernando Nobre era Presidente da República com um avanço de léguas. O candidato comunista nem se maçou a abrir conta (sintomático), Cavaco tem meros 15 mil facefriends, já Alegre (o tal que se andou a pavonear com um milhão de votos no bolso) fica-se nos seis mil e Nobre ultrapassa os 26 mil amigos no Facebook. Eis o que é curioso neste candidato.

Acredito que contrariando a maldição do Facebook estes 26 mil "amigos" gostem mesmo de Fernando Nobre - no sentido de lhe quererem bem. Se vão mesmo votar nele, já é outra história - como se para ser político fosse preciso ser um cadinho farsante. Nobre - sabemos todos que ele até valeria qualquer coisa num Nobel da Paz com tanta missão humanitária no bucho, mas votos presidênciais num Estado semifalhado? Isso...
Num canal de cabo passa a série "Lie to Me" em que Cal Lightman (Tim Roth) é especialista em detetar as emoções pelas microexpressões faciais e assim descobrir crime e escapadelas. Observo a foto oficial que Fernando Nobre tem na página do Facebook. Sei que é suposto estar a sorrir. Aliás, sei que está a sorrir. E, no entanto, o meu cérebro opta por o ver franzido, com um esgar quase zangado. Essa expressão transporta-me para a única vez que os nossos caminhos se cruzaram - recordo-me agora perfeita e nitidamente. E como esse encontro me marcou profundamente e mudou a vida de mais gente.
Aquela expressão entre um sorriso pouco à vontade e uma dor comprimida via-lha há 20 anos na Roménia, em Bilteni, num Camin Spital, um caixote velho de cimento onde vegetavam 126 crianças tidas como "irrecuperáveis" pelo regime criminoso de Ceaucescu - umas doentes, deficientes outras apenas roubadas a pais dissidentes e atiradas para aquele prédio gelado e macabro. Nobre foi e regressou com uma equipa médica, tolerando uns jornalistas para dar visibilidade à AMI. Eu era jornalista há poucos meses e pela mão de Nobre levei a primeira joelhada aqui onde dói - 20 anos passados ainda sei onde. Vou contar muito rápido: em cada quarto fechado estão dez camas. Em cada cama estão três crianças que defecam e urinam durante dias criando um cheiro que me faz cair as lágrimas e ter convulsões de vómito. Têm idades que vão dos 3 aos 12 anos. São sobreviventes - estão assim há anos! Replicam as doenças uns dos outros, nunca foram pegados ao colo, muitos tem as pernas soldadas em posição intrauterina e a maioria abana-se como se tivesse autismo - sendo que alguns até eram crianças saudáveis ao nascer, embora estivessem ali todas no lote de "crianças com sida de Ceausescu". Piolhos, pulgas, sarna, há de tudo. No quarto seguinte, não sei explicar como o cheiro consegue ser diferente, pior, e as crianças que olham espantadas, outras felizes que chamam, gritam - lembro-me de uma (só me lembro mesmo dessa...) que ficava a cheirar o meu pulso a desodorizante Tahiti Bambu... e encostava o nariz ao meu pulso e ficava só a cheirar, e sentia-me a metros antes de me aproximar. E lembro-me de Fernando Nobre ao longe sempre indignado - uma ONG francesa aqueceu os quartos, as doenças alastraram e as crianças começaram a morrer, outra ONG enviou um camião com bens e a população da aldeia começou a ficar revoltada porque os "anormais" tinham mais direitos que eles. Nobre falava na necessidade de gerir sensibilidades. Desde então nunca mais o vi.
O fotógrafo do "Público" atinou e casou com uma médica da AMI que ali estava em busca de sentido para a vida. Eu ganhei o Prémio Revelação de Jornalismo do Clube de Jornalistas com essa reportagem. Ingrato e imaturo gastei o prémio em esbórnia.
Nobre não vai ganhar as eleições. Ter salvo a vida a milhares de pessoas nos horrores dos quatro cantos do apocalipse não lhe dá imunidade na sarjeta da vida política portuguesa.
Vejo a sua dignidade em causa por causa de rendas e dinheiros de campanhas. Chegou a hora de deixar-me de chalaças por uma semana e dizer que ponho a minha palavra na palavra do Nobre.
E quer vote ou não nele - já somos amigos no Facebook.
Texto publicado na revista Única / EXPRESSO de 27 de Novembro de 2010
Luis Pedro Nunes é director do “Inimigo Público” (suplemento humorístico do “Público”), colunista no Expresso e membro do programa “Eixo do Mal” na Sic Notícias.

Luis Pedro Nunes (www.expresso.pt)

Fernando Nobre "Com um voto não mão... tu tens Opinião".

Presidenciais: Fernando Nobre classifica de "questiúncula" polémica da compensação salarial aos funcionários açorianos

Ponta Delgada, 08 dez (Lusa) -- O candidato às eleições presidenciais de janeiro Fernando Nobre considerou hoje que a polémica em torno da atribuição de um complemento salarial aos funcionários açorianos não passa de uma "questiúncula" que será rapidamente ultrapassada.
"Entendo que essa questão tem de ser ultrapassada através de um diálogo franco em que ambas as partes se possam explicar, porque está em causa, ao fim e ao cabo, uma questiúncula", afirmou Fernando Nobre, depois de um encontro em Ponta Delgada com o presidente do Governo Regional, no início de uma visita de dois dias aos Açores.
O Governo Regional de Carlos César aprovou, a 01 de novembro, uma remuneração compensatória que cobrirá "integralmente a perda de vencimento dos funcionários públicos" que têm um rendimento mensal entre 1500 e 2000 euros.

Fonte; Jornal de Noticias

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Presidenciais: Primeiro debate televisivo no dia 14 e último a 29

O primeiro debate televisivo entre candidatos presidenciais será a 14 de Dezembro, entre Francisco Lopes e Fernando Nobre, e o último entre Cavaco e Alegre, dia 29, ambos na RTP, disse fonte das candidaturas.

O frente-a-frente entre Manuel Alegre e Defensor Moura está agendado para 16 de Dezembro e será transmitido pela RTP, enquanto no dia seguinte terá lugar o debate entre Cavaco Silva e Fernando Nobre, na SIC. A estação de Carnaxide transmitirá também o debate entre Manuel Alegre e Francisco Lopes, no dia 18 de Dezembro, enquanto o frente-a-frente entre Cavaco Silva e Francisco Lopes vai realizar-se a 21 de Dezembro, na TVI. A 22 de Dezembro, realiza-se, na TVI, o debate entre Fernando Nobre e Manuel Alegre. Um dia mais tarde, na SIC, Cavaco Silva debaterá com Defensor Moura. A 27 de Dezembro, será a vez do frente-a-frente entre Defensor Moura e Manuel Alegre, na RTP, enquanto a 28 caberá à TVI transmitir o debate entre o candidato apoiado pelo PCP, Francisco Lopes, e Defensor Moura.

O ciclo de debates televisivos a dois entre os candidatos presidenciais fechará a 29 de Dezembro, com a transmissão pela RTP do frente-a-frente entre o candidato apoiado por PSD, CDS-PP e MEP, Cavaco Silva, e Manuel Alegre, que tem o apoio de PS e BE. Os debates terão entre 25 a 30 minutos, estando os vários frente-a-frente divididos em três blocos, um por cada televisão. A proposta inicial feita pelas televisões previa um calendário de dez debates a realizar entre os dias 08 e 21 deste mês, mas o candidato Cavaco Silva anunciou que não aceitava fazer debates até à formalização da sua candidatura, o que gerou críticas dos restantes candidatos. As eleições presidenciais realizam-se a 23 de Janeiro.

Fernando Nobre quer um Conselho de Estado composto por Jovens

sábado, 4 de dezembro de 2010

Fernando Nobre: "Debates são importantíssimos"

"Os debates vão ter lugar mais tarde ou mais cedo", diz candidato
Os candidato presidencial Fernando Nobre disse hoje, sábado, que não lhe "passa pela cabeça" que não se realizem debates, esperando que "mais tarde ou mais cedo" eles se efectuem para esclarecer os portugueses das razões de cada uma das candidaturas.
debates são "importantíssimos para a nossa democracia e para os portugueses e estou certo que o professor Cavaco Silva, como responsável de Estado que é, não fugirá aos debates e haverá, possivelmente, mais tardiamente do que pensámos", afirmou Fernando Nobre.
O candidato presidencial, falava aos jornalistas, em Évora, na Praça do Giraldo, considerada a "sala de visitas" da cidade alentejana, durante um encontro com cerca de duas dezenas de apoiantes da sua candidatura.
A proposta feita pelas televisões previa um calendário de dez debates a realizar entre os dias 8 e 21 deste mês, mas o candidato Cavaco Silva já anunciou que não aceita fazer debates até à formalização da sua candidatura, cujo prazo termina dia 23.
"Não ponho em dúvida sequer que os debates não terão lugar" disse Fernando Nobre, considerando que são "muito importantes para que todos os candidatos possam esclarecer os portugueses das razões das suas candidaturas, dos objectivos, das ideias e dos desígnios que cada um tem".
Neste sentido, manifestou a confiança de que "os debates vão ter lugar mais tarde ou mais cedo".
Por outro lado, o candidato presidencial defendeu a diminuição do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) para 15 por cento para as empresas que decidam instalar-se no interior do país, "de forma duradoura e não transitória".
Fernando Nobre sugeriu ainda que "o país se devia virar de novo para a agricultura", considerando que esse "é um dos desígnios estratégicos" de Portugal, "tendo em conta o que se avizinha para os próximos 10 a 20 anos sobre a crise dos alimentos a nível mundial".
O Alentejo "sempre foi e poderia continuar a ser o celeiro de Portugal", advertiu.
Durante o encontro com simpatizantes em Évora, o candidato presidencial foi abordado por populares, ouvindo palavras de apoio, mas também críticas ao actual estado do país.
"Para que é que nós vamos votar se o Cavaco já ganhou" questionou um dos populares, tendo Fernando Nobre incentivado as pessoas que cumprimentou a irem às urnas.

Ontem, Jornal de Noticias 4 Dezembro 2010



Presidenciais: Fernando Nobre diz que "não lhe passa pela cabeça" que não haja debates entre os candidatos

Évora, 04 dez (Lusa) -- O candidato presidencial Fernando Nobre disse hoje que não lhe "passa pela cabeça" que não se realizem debates, esperando que "mais tarde ou mais cedo" eles se efetuem para esclarecer os portugueses das razões de cada uma das candidaturas.

Os debates são "importantíssimos para a nossa democracia e para os portugueses e estou certo que o professor Cavaco Silva, como responsável de Estado que é, não fugirá aos debates e haverá, possivelmente, mais tardiamente do que pensámos", afirmou Fernando Nobre.
O candidato presidencial, falava aos jornalistas, em Évora, na Praça do Giraldo, considerada a "sala de visitas" da cidade alentejana, durante um encontro com cerca de duas dezenas de apoiantes da sua candidatura.
Jornal de Notias: 2010-12-04

OE2011: Fernando Nobre manifesta-se contra regime de exceção dos Açores

Évora, 04 dez (Lusa) -- O candidato à Presidência da República Fernando Nobre manifestou-se hoje contra o regime de exceção aprovado pelo Governo dos Açores, por considerar que as medidas de austeridade devem ser "distribuídas em consonância por todo o país".
"Somos um Estado nação uno e é fundamental que as medidas tomadas sejam distribuídas em consonância por todo o país", afirmou Fernando Nobre aos jornalistas, durante um encontro com cerca de duas dezenas de apoiantes na Praça do Giraldo, em Évora.
O governo açoriano anunciou esta semana a atribuição de uma remuneração compensatória que cobrirá "integralmente a perda de vencimento dos funcionários públicos" que têm um rendimento mensal entre 1500 e 2000 euros.

Jornal de Noticias: 2010-12-04

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Solidariedade e corrupção animaram tertúlia

O núcleo de Paredes de apoio à candidatura de Fernando Nobre à presidência da República reuniu um conjunto de personalidades para debater a importância da solidariedade nos dias que correm.

O presidente da Rede Europeia Antipobreza, padre Jardim Moreira, o ex-vereador da Câmara Municipal do Porto, Paulo Morais, e o ex-vereador da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Ricardo Pereira, protagonizaram uma tertúlia animada que viajou entre combate à corrupção e a luta contra a fome.

Algumas das afirmações mais duras foram feitas pelo responsável pela Rede Europeia Anti-Pobreza, como a de que o governo trabalha ara as estatísticas. “O complemento de reforma para os idosos diminuiu estatisticamente o número de pobres, mas não diminuiu a pobreza. Ninguém deixa de ser pobre com 50 ou 100 euros a mais por mês”.
O padre Jardim garante ainda que “um país onde não há justiça não ode haver solidariedade”.
Paulo Morais centrou a sua intervenção nas questões da corrupção da relação estreita entre os grandes grupos financeiros e a política. “Os deputados das principais comissões parlamentares são administradores ou consultores de bancos e grandes empresas de construção”, afirmou.
Dias depois de mais uma campanha do Banco Alimentar contra a Fome, o padre Jardim Moreira criticou a política assistencialista que domina o país. “Não é dando comida que se resolve o que quer que seja. A pobreza resolve-se com desenvolvimento”.
Tão cético como os seus companheiros de debate, o socialista Ricardo Pereira garantiu que não confia “em nada que venha de um ministério com o meu nome, a não ser a transferência para a Caixa Geral de Depósitos”.
A equipa de apoio de Fernando Nobre garante que repetirá as tertúlias na sede de campanha de forma a constituir-se como um forte movimento de cidadania.

Jornal Fórum Paredes:
Tito Couto 
Sexta, 03 Dezembro 2010

"Os Donos de Portugal - Cem Anos de Poder Económico"

Um documento interessante para percebermos a promiscuidade entre poder económico e poder político destes 36 anos de Democracia e a importância, negativa, da “geração” Cavaquista!

"Os Donos de Portugal - Cem Anos de Poder Económico" (Afrontamento): é um excelente documento para perceber quem é quem neste país. Uma das partes mais interessantes do livro trata do trânsito de quadros entre a política e os negócios, estudando o percurso de 115 ex-ministros e ex-secretários de Estado das Finanças e de outras pastas estratégicas.

Chega a algumas conclusões interessantes. Que há uma integração sistemática garantida por esta espécie de correios de interesses, portadores de informação valiosa e de capacidade de influência nos dois terrenos. Saltam de ministérios para conselhos de administração e têm participações cruzadas em várias empresas. Mira Amaral, Nogueira Leite, Murteira Nabo e Luís Todo Bom são os casos mais notórios deste tipo de 'globetrotters'. Que em extraordinários fenómenos de ascensão social a participação no governo é muitas vezes o momento crucial. Ou seja, o aparelho de Estado serve para moldar uma nova burguesia que se associa à velha de um século. E que a promiscuidade entre os principais grupos e os governos é absoluta. Se nuns casos o trânsito faz-se da política para os principais grupos, noutros, como é o caso do grupo Mello, faz-se através de um vai e vem indiscreto. Para se ter uma ideia, um em cada dez dos ex-governantes analisados passaram pelos órgãos sociais do grupo Espírito Santo e um em cada cinco pelos do BCP.

Olhando para esta impressionante rede de poder podemos perceber onde está a origem de algumas decisões ruinosas do Estado português, que hoje pagamos bem caras. É que nem são os que elegemos que nos governam nem somos nós o objecto do seu governo.
Geração cavaquista.
Quando Cavaco chegou ao governo de Sá Carneiro eu tinha 11 anos. Quando chegou a primeiro-ministro eu tinha 16. E durante dez anos, coincidindo com os primeiros anos da minha vida independente, vi uma das maiores oportunidades do século passar ao lado deste país. Rios de dinheiro desperdiçados e um modelo de desenvolvimento de pernas para o ar. Um país de patos bravos, esquemas, cursos fantasmas, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Duarte Lima. E um primeiro-ministro que às perguntas difíceis respondia com bolo-rei na boca e à contestação com bastonadas.

Quando Cavaco saiu eu já tinha 26. No seu egoísmo estrutural, enterrou o seu partido por causa de um tabu. Perdeu as presidenciais, porque o país ainda se lembrava do mar de escândalos em que se afogava o seu governo em fim de mandato. Quando finalmente foi eleito presidente eu tinha 36. Foram cinco anos de um estadista pequeno, entre a paranoia das escutas que nunca existiram e a ausência nas cerimónias fúnebres do único Nobel da Literatura português.

Se for reeleito, terei 46 anos quando finalmente abandonar a vida política. Percebam que me custe, que dos 11 aos 46 anos terei vivido a influência deste profissional, vê-lo representar o papel de quem nada tem a ver com o estado em que estamos. Ele, que é a política portuguesa em tudo que ela tem de pequeno: os amigos nos negócios, os truques palacianos, o Estado perdulário. Ele, que tão mal se dá com o que na política vale a pena: o confronto de ideias, a coragem de correr riscos, a ética republicana. Apresenta-se como o último garante moral da Nação mas é talvez o maior símbolo de tantos anos perdidos. Os mais importantes da minha geração.

Daniel Oliveira
Texto publicado na edição do Expresso de 30 de Outubro de 2010

Porquê Fernando Nobre?

Corrupção deve ser "prioridade da Justiça"

Fernando Nobre dedicou um dia ao tema.

candidato presidencial Fernando Nobre considerou ontem primordial dotar a justiça dos "mecanismos necessários para combater os crimes de "colarinho branco"" e defendeu que "o estado da justiça no nosso país reflecte também a actual crise económica e financeira".
Num dia dedicado exclusivamente à justiça e ao combate à corrupção - esteve na APAV, no Tribunal Cível de Lisboa e no Supremo Tribunal de Justiça -, o candidato ouviu diversos agentes da justiça e concluiu que os crimes de "colarinho branco" devem ser um combate prioritário, assim como é "fundamental limparmos os tribunais da cobrança das pequenas dívidas", de forma a tornar a justiça mais célere e equitativa.
Após o encontro com Noronha do Nascimento, presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Fernando Nobre disse estar preocupado com a morosidade do sistema de justiça, que "tem impacto directo na credibilidade externa de Portugal". "Uma justiça lenta é um sinal que se dá aos cidadãos e às empresas de que não vale a pena" defender direitos e investir, considerou.
Para o candidato independente, a actual crise deixou também a descoberto "verdadeiros atentados financeiros", cujos julgamentos lentos conduzem à dúvida sobre se terão "reais resultados". E defendeu que o sistema de justiça deve criar mecanismos eficazes no combate ao crime económico e à corrupção. Nobre preconizou também que deve ser aumentada a responsabilização dos "grandes credores que induziram essas dívidas" à custa da concessão de "crédito fácil a todos".
Depois da reunião com responsáveis da APAV, o candidato concluiu que o agravamento da situação económica propicia o aumento da violência doméstica. Nobre terminou o dia a jantar com ex-reclusos, em Lisboa.

Jonal público- Rita Brandão Guerra