Fernando Nobre na feira de Paredes a insistir que não precisa da política
Militante do PSD há anos, José Henriques Soares, fez ontem as honras da visita. E foi apresentando o candidato presidencial Fernando Nobre, à medida que ambos percorriam a feira de Paredes, onde circulam poucos compradores, provavelmente afastados pelo calor. Às vezes, Henriques Soares até sabia o nome dos interlocutores. Nada de estranhar. Vive em Paredes desde os 11 anos e foi chefe de gabinete do actual presidente da Câmara de Paredes, o social-democrata Celso Ferreira, no seu último mandato. Mas nesta eleição decidiu-se pela "candidatura da cidadania".
"Podemos cumprimentá-lo?", pergunta Henriques Soares. O comerciante de uma banca de CD acena com a cabeça e estende a mão a Nobre. "Conheço-o da televisão. Uma filha minha já me falou do senhor. Disse-me: "Este é que devia ir para lá"", dispara. Nobre agradeça e insiste que não precisa da política para nada. Mais à frente, no caminho de regresso à sede de candidatura ontem inaugurada, repete o argumento, numa conversa com um taxista, que se queixa que os políticos são todos "gatunos". "Vou fazer 59 anos. Sou médico e a tirar uma próstata por semana e a dar cinco consultas semanais posso ganhar um ordenado na ordem dos 20 mil euros. Se quisesse ser rico, já era", diz.
Pouco antes um Citroën branco parara junto à comitiva (três dezenas de apoiantes, com bandeiras de Portugal e da candidatura) e uma senhora sai e pede licença para dar um beijo a Nobre. Na mão traz um papel: "Peço imensa desculpa, mas fui buscar a distinção da minha filha no ballet e não pude estar na inauguração." Em Paredes, contudo, nem todos conheciam o candidato. Nobre entrou no Talho Avenida e desejou bom negócio. Já o médico saíra e o PÚBLICO questionava Maria José Magalhães sobre o que pensava do candidato. "É lá para os partidos..." Para evitar isso mesmo amanhã Nobre inicia um périplo por todo o país, até 18 de Dezembro.
Jornal Publico 12/09/2010
PAULO PIMENTA
Por Mariana Oliveira
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