sábado, 24 de abril de 2010

‘Sócrates contribuiu para descredibilizar o Governo’


Fernando Nobre não tem dúvidas: os sucessivos casos em que o primeiro-ministro, José Sócrates, se viu envolvido causaram estragos na governação socialista. ‘Sócrates contribuiu para descredibilizar o Governo’, diz o único candidato presidencial assumido até agora.
Para o fundador e presidente da Assistência Médica Internacional, os casos Freeport ou Face Oculta, bem como o alegado negócio de compra da TVI pela PT contribuíram para uma descredibilização do poder executivo, aumentando um sentimento de desconfiança face à classe política.
‘Existe uma desconfiança em relação à democracia’, defende Nobre. Para o candidato à Presidência da República, as pessoas estão ‘desacreditadas’ e ‘desalentadas’ - um sentimento que se arrasta já desde 2004: ano em que Durão Barroso abandonou a chefia do Governo para assumir a presidência da Comissão Europeia, ‘não contribuindo para a credibilização da classe política’.
Inquérito ao negócio PT/TVI
Com os trabalhos da Comissão de Inquérito ao alegado negócio de compra da TVI pela PT ainda em curso (e a marcar a agenda mediática), Nobre recusa contudo antecipar qualquer desfecho. ‘Vamos esperar pelas conclusões’, diz o candidato: ‘sempre soube desde pequenino que, com tantos «se’s», até conseguimos por Paris numa garrafa’.
E perante a possibilidade de se comprovar que o primeiro-ministro mentiu ao Parlamento quando disse aos deputados que não tinha conhecimento do negócio PT/TVI, Nobre coloca a responsabilidade nos ombros de José Sócrates: ‘trata-se de uma questão de consciência pessoal se se demite ou não’.
Defendendo ainda que a própria comunicação social empolou o assunto, Nobre entende ainda que seria ‘legítimo’ para ‘uma empresa como a PT querer ter uma participação numa televisão em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo’.
Nobre 'com vergonha' da situação actual
Com a economia portuguesa a ser comparada à situação grega, Nobre admite ter ‘vergonha da nossa situação’. E é para alimentar um sentimento de ‘esperança’ que decidiu concorrer à Presidência da República.
‘O país está numa situação grave’, disse o candidato presidencial ao SAPO: ‘Um médico faz um diagnóstico e propõe uma terapêutica, eu sou médico e vou curar o país da depressão’.
E está disposto a levar a corrida até ao fim? ‘A única razão que me levaria a desistir da candidatura era uma doença grave’, remata Nobre. Sozinho (por agora) na corrida a Belém, Fernando Nobre vai já marcando o ritmo da sua candidatura

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