terça-feira, 20 de abril de 2010

FAÇAMOS DE CONTA QUE…!

FAÇAMOS DE CONTA QUE…!
Façamos de conta que a candidatura de Manuel Alegre emana da sociedade civil. E que ele não foi, durante os últimos 35 anos, um político activo, militante de um partido, dirigente partidário, governante e deputado. Façamos de conta que Manuel Alegre está à esquerda de Sócrates e que recusou ser deputado para não avalizar a política não socialista do primeiro-ministro e, não por razões de interesse pessoal, concretamente para preparar o caminho para a Presidência da República. E que, portanto, Alegre nunca esteve ao lado do líder do PS na última campanha eleitoral. Façamos de conta que Alegre jamais dividiu a Esquerda e mesmo o PS e que, por assim ser, não se apresentou, na anterior corrida a Belém, contra Mário Soares, o candidato apoiado pelo seu partido e velho amigo de muitos anos. E que, por isso mesmo, tem moral para falar de candidaturas que dividem, referindo-se seja a quem for.
Façamos de conta que Alegre está, e sempre esteve, ao lado dos trabalhadores e que, por assim ser, enquanto membro do I Governo Constitucional, nunca fechou "O Século", um dos mais velhos jornais portugueses, mandando centenas de trabalhadores para a rua, com pesados custos sociais.
Façamos de conta, finalmente, que Manuel Alegre está de tal forma empenhado numa sociedade mais equitativa que, enquanto caça e pesca como um bem instalado burguês, recusa acumular as duas reformas a que tem direito, uma como director da RDP (onde trabalhou "durante pouco tempo", segundo ele próprio) e outra como subvenção vitalícia do Estado, e aceita receber apenas uma delas.
Ou então, sejamos lúcidos e percebamos que, até ao momento, da sociedade civil só se apresentou Fernando Nobre como candidato a presidente da República. E esse, sim, é um homem livre, independente e solidário, como a sua AMI documenta sem margem para dúvidas. A cidadania revê-se nele. Que bom seria

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