Até agora, é o único candidato assumido à Presidência da República. Fernando Nobre diz que a sua candidatura é ‘supra-partidária’ e que não anda atrás de apoios de partidos políticos. Contudo, diz que aceitará o apoio do PS, se os socialistas virem nele o seu candidato.
A menos de um ano das eleições presidências, Fernando Nobre continua a ser o único candidato na corrida a Belém. O histórico socialista Manuel Alegre deverá formalizar a sua candidatura no final do mês e, antes do Verão, dificilmente Cavaco Silva quebrará o tabu de uma eventual recandidatura à Presidência.
Até lá, o presidente e fundador da Assistência Médica Internacional vai esperando, mas desafia os ‘putativos candidatos’ a tomarem posição. Em entrevista exclusiva ao SAPO, disse esperar que ‘os outros dois candidatos apresentem a candidatura o mais rápido possível’.
Quando apresentou a sua candidatura há dois meses, Fernando Nobre assumiu que a sua candidatura será supra-partidária, partindo para a corrida, apenas como um cidadão português: “Não vou para Belém amarrado, submetido seja a quem for. Eu quero ir livre para Belém’.
E a cidadania parece ser mesmo o mote dominante do discurso do candidato presidencial. Em 2006, foi Manuel Alegre quem se socorreu dessa bandeira, quando decidiu concorrer a Belém, apoiado pelo Movimento de Intervenção e Cidadania. Nobre rejeita qualquer semelhança: “Manuel Alegre quer hoje apoios partidários e o movimento de cidadania foi circunstancial”.
Esquerda dividida
Há quatros atrás, Manuel Alegre concorreu contra o candidato proposto pelo seu próprio partido (PS): Mário Soares. Na altura, foi acusado por muitos militantes de dividir o eleitorado socialista, o que viria a custar uma derrota eleitoral ao partido.
Hoje, com Manuel Alegre de novo na corrida e o Partido Socialista à procura de candidato, perguntamos a Fernando Nobre não é ele quem se arrisca a dividir o eleitorado de esquerda. Responde com alguma irritação: ‘Que eu saiba sou o único candidato declarado’, diz Nobre: ‘Se alguém vem dividir é quem vem depois de mim e ainda não vi nenhum’.
Apoio socialista
As 'farpas' reservadas a Manuel Alegre não terminam: ‘Estar disponível, à espera de apoios não é comigo’, disse Nobre. E se Alegre ambiciona até o apoio dos socialistas, o mesmo não diz Fernando Nobre, ainda que não exclua tal cenário: ‘não solicitei [o apoio do PS], não solicito, mas se o PS me apoiar, aceitarei’.
Para que não restem dúvidas quanto ao cunho supra-partidário da sua candidatura, acrescenta: ‘Alegre dividiu o eleitorado socialista há quatro anos. Eu vou atravessar o espectro partidário’, diz o candidato.
E apesar da marcação cerrada a Manuel Alegre e a Cavaco Silva, Nobre promete elevação na sua campanha eleitoral: ‘não me interessam tricas e rasteirices’.
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